Vacina universal contra a gripe protege contra 20 cepas

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Esta pode ser a solução para dispensar as doses anuais de vacinas contra a gripe. Foto: University of Pennsylvania
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Vacina de RNA contra a gripe

Uma vacina experimental gerou respostas de anticorpos contra todas as 20 cepas conhecidas de gripe A e B em testes com animais, aumentando as esperanças de uma vacina universal contra a gripe.

As vacinas anuais contra a gripe disponíveis hoje são adaptadas para fornecer imunidade contra cepas específicas previstas para circular a cada ano. No entanto, os cientistas às vezes erram na previsão, o que significa que a vacina é menos eficaz do que poderia ser naqueles anos – o resultado é que a vacina anual contra a gripe pode ter uma “eficácia” tão baixa quanto 20% em um determinado ano.

Alguns pesquisadores acham que essas doses anuais podem ser substituídas por uma vacina universal contra a gripe que seja eficaz contra todas as cepas do vírus. A rota mais comum para isso tem sido criar vacinas contendo fragmentos de proteínas comuns a várias cepas de influenza, mas até agora nenhuma vacina universal obteve aprovação para uso mais amplo.

Agora, Claudia Arevalo e seus colegas da Universidade da Pensilvânia (EUA) criaram uma vacina baseada em moléculas de mRNA, a mesma abordagem pioneira das vacinas Pfizer/BioNTech e Moderna contra a covid-19.

O mRNA contém códigos genéticos para produzir proteínas, assim como o DNA. A vacina contém moléculas de mRNA que codificam fragmentos de proteínas encontradas em todas as 20 cepas conhecidas de influenza A e B, os vírus que causam surtos sazonais a cada ano.

Testes em animais

Em testes em camundongos, os animais geraram anticorpos específicos para todas as 20 cepas do vírus da gripe, e esses anticorpos permaneceram estáveis por até quatro meses.

Em outro teste, a equipe deu aos camundongos a vacina universal contra a gripe ou uma vacina falsa contendo o código de uma proteína não gripal. Um mês depois, eles os infectaram com uma das duas variantes do vírus da gripe H1N1, uma com uma proteína H1 muito semelhante à versão da proteína da vacina, e outra com uma versão mais distinta.

Todos os camundongos que receberam a vacina contra a gripe sobreviveram à exposição ao vírus com a proteína mais semelhante e 80% sobreviveram à infecção com a variante mais distinta. Todos os camundongos que receberam a vacina simulada morreram cerca de uma semana após a infecção com qualquer uma das variantes. Outro grupo de camundongos recebeu uma vacina de mRNA direcionada apenas para a cepa de gripe a que foram expostos, e todo esse grupo sobreviveu no mesmo período de tempo.

Ainda não há previsão do início do teste em humanos.

Checagem com artigo científico:

Artigo: A multivalent nucleoside-modified mRNA vaccine against all known influenza virus subtypes
Autores: Claudia P. Arevalo, Marcus J. Bolton, Valerie Le Sage, Naiqing Ye, Colleen Furey, Hiromi Muramatsu, Mohamad-Gabriel Alameh, Norbert Pardi, Elizabeth M. Drapeau, Kaela Parkhouse, Tyler Garretson, Jeffrey S. Morris, Louise H. Moncla, Ying K. Tam, Steven H. Y. Fan, Seema S. Lakdawala, Drew Weissman, Scott E. Hensley
Publicação: Science
Vol.: 378, Issue 6622 pp. 899-904
DOI: 10.1126/science.abm0271.

Via: Diário da Saúde

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