Elas não foram as responsáveis pelas ações que levaram à crise climática do planeta, mas são a parcela da população que vai enfrentar por mais tempo e de forma mais severa os efeitos dela. As crianças vão herdar um futuro errático nas próximas décadas e já hoje são afetadas pelas consequências dessas alterações.
A Folha publica a partir deste domingo (19) a série de reportagens Infância e Clima, que vai mostrar como as crianças brasileiras já estão com direitos fundamentais em risco diante dos eventos climáticos extremos.
O trabalho tem o apoio do programa “Early Childhood Reporting Fellowship”, do Dart Center for Journalism and Trauma, da Universidade Columbia, nos Estados Unidos.
Segundo um relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), o Brasil tem 40 milhões de meninas e meninos já expostos a pelo menos um risco climático ou ambiental, o que corresponde a 60% das crianças e adolescentes brasileiros. Eles estão suscetíveis, por exemplo, a ondas de calor, inundações, deslizamentos e secas.
As reportagens vão mostrar como esses eventos já retiram direitos básicos das crianças, como a garantia à convivência familiar, moradia digna, acesso à educação, saúde, lazer e até mesmo o direito à vida.
Segundo o Unicef, quanto menor a idade da criança, maior é a vulnerabilidade que enfrentam diante das catástrofes climáticas. Por isso, a série de reportagens se concentrará nas consequências desses eventos na primeira infância, período dos 0 aos 6 anos de idade, que as pesquisas apontam como a principal janela de oportunidades para o desenvolvimento global.
Nesses primeiros anos de vida, o cérebro se desenvolve mais rapidamente e está mais sensível aos cuidados e estímulos ambientais.
Foram feitas entrevistas com crianças, seus cuidadores, professores e especialistas em desenvolvimento infantil e mudanças climáticas.