PF prende quadrilha que mantinha paraguaios em situação análoga à escravidão em fábricas clandestinas de cigarro

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No total, 16 pessoas foram presas em cinco estados. A polícia apreendeu 3 milhões de maços de cigarros produzidos ilegalmente. Polícia Federal prende quadrilha que mantinha paraguaios em situação análoga à escravidão
A Polícia Federal prendeu uma quadrilha que mantinha trabalhadores paraguaios em situação análoga à escravidão em fábricas clandestinas de cigarro.
Em Divinópolis, no centro-oeste de Minas Gerais, os policiais libertaram 14 trabalhadores. Eles viviam em um galpão sem ventilação, com camas muito próximas, e trabalhavam na fábrica clandestina de cigarros.
Outros 14 paraguaios estavam em outro galpão em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Lá também funcionava uma fábrica clandestina.
Segundo a Polícia Federal, um empresário de Barueri, em São Paulo, comandava a quadrilha. O grupo aliciava pessoas que já tinham trabalhado na indústria de tabaco do Paraguai para vir a Minas Gerais.
Os trabalhadores relataram à polícia que quando chegavam na rodoviária tinham os olhos vendados e eram levados até os galpões em vans. Lá, eram obrigados a entregar os celulares. Eles disseram ainda que trabalhavam em média 15 horas por dia, sempre vigiados por seguranças.
“A maioria deles não sabe nem onde eles estão, não sabe nem a localização e eles não têm contato com família, não tem contato nenhum com o mundo exterior. Não tem nada, não tem descanso. Eles trabalham direto durante esse ciclo fazendo ali grande produção de cigarro”, diz Daniel Souza Silva, delegado da Polícia Federal.
No total, 16 pessoas foram presas, em cinco estados. A polícia apreendeu 3 milhões de maços de cigarros produzidos ilegalmente.
A Justiça Federal determinou o sequestro de R$ 20 milhões em bens e valores de 38 pessoas físicas e 28 empresas. O Ministério do Trabalho informou que está providenciando a emissão de CPFs e a liberação do seguro-desemprego especial para os trabalhadores e que, em seguida, eles serão encaminhados de volta ao Paraguai.
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