Mesmo após leilão, metroviários encerram greve em Belo Horizonte – Notícias
Após o oitavo dia de paralisação, o Sindmetro (Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais) encerrou nesta quinta-feira (22) uma greve no sistema de transporte público por trens em Belo Horizonte (MG). A decisão saiu após votação, em assembleia, na Estação Central.
De acordo com o sindicato, apesar do leilão do metrô de BH, que aconteceu na bolsa de valores de São Paulo, a categoria decidiu pelo retorno ao trabalho sem nenhuma restrição de escala mínima.
“Não queremos penalizar a população neste momento de recesso de fim de ano. A gente tomou essa decisão, apesar do leilão, mas a luta continua, protegendo o contrato de trabalho dos funcionários. Vamos negociar com a nova empresa e manter o diálogo com parlamentares” , disse ao jornalismo da Record TV Minas Daniel Glória, presidente interino do Sindimetro.
Uma carta já foi enviada a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) e ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Com o fim da greve, o serviço de transporte público metroviário volta ao normal, funcionando das 5h15 às 23h. A bilheteria abre somente às 5h40.
Em dias úteis os intervalos são de sete a 10 minutos em horários de pico, e 15 minutos nos demais horários. Devido a demanda, e para atender o público na véspera de natal, as estações Minas Shopping, Santa Efigênia e Vilarinho terão o embarque estendido, de pelo menos 10 minutos.
Multas
De acordo com o Tribunal Regional do Trabalho, devido ao descumprimento da escala mínima, exigido pelo tribunal e descumprida pela categoria, o sindicato foi multado em R$ 700 mil. Também foi determinado o bloqueio das contas do sindicato.
Desde o início do anúncio da greve, dia 14 de dezembro, o tribunal determinou uma escala mínima no metro.
O Leilão
A operação do metrô de Belo Horizonte foi leiloada, na tarde desta quinta-feira (22), sob o lance de R$ 25,7 milhões, na sede da B3, em São Paulo. O vencedor do certo foi o Grupo Comporte, único concorrente na disputa.
O contrato terá duração de 30 anos. O lance mínimo era de R$ 19,3 milhões. Os investimentos projetados para o período são de R$ 3,7 bilhões. O Governo Federal vai aplicar R$ 2,8 bilhões no projeto, enquanto o Governo de Minas entrará com R$ 400 milhões. O montante será usado para garantir a operação e modernização do sistema no início da concessão.
Entre as obrigações protegidas no contrato, está a revitalização das 19 estações da Linha 1 (Venda Nova/Eldorado) e a construção da Linha 2 (Carlos Prates/Barreiro), promessa de décadas feita aos moradores em diferentes gestões.