Lula diz que não romperá relações com a Venezuela e critica sanções ao país

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta (6), que não romperá relações comerciais com a Venezuela mesmo com a negativa do ditador Nicolás Maduro de apresentar as atas de votação que comprovariam sua alegada reeleição. Ele ainda criticou as sanções impostas ao país que, diz, prejudicaram o povo venezuelano.

“Estamos agora na posição Brasil e Colômbia [em que] não aceitamos o resultado das eleições, mas não vou romper relações. E também não concordo com a proteção unilateral, o bloqueio, porque não prejudica o Maduro. O bloqueio prejudica o povo, e eu acho que o povo não deve ser vítima disso”, disse em entrevista à rádio Difusora de Goiânia, onde cumpriu agenda pela manhã.

A declaração de Lula ocorre num momento em que vem sendo cobrada para suportar o discurso contra Maduro após a Justiça venezuelana ter acatado a um pedido do Ministério Público do país para prender o candidato oposicionista Edmundo González. Pelo menos 12 países das Américas já condenaram uma ação judicial.

Apesar de seguir adotando um tom diplomático junto à Colômbia em que cobra a divulgação pública e oficial das atas de votação, Lula voltou a criticar a forma como Maduro vem conduzindo o governo do país.

“O comportamento do Maduro deixa a desejar. Aqui no Brasil a gente aprendeu a fazer democracia com muito sofrimento. […] O Maduro, como presidente, deveria dizer ‘eu vou provar que sou o preferido do povo’, mas ele não faz”, pontuou Lula.

Ao comparar a dificuldade de realizar “fazer democracia” no Brasil, Lula afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “foi covarde” após o fim da eleição de 2022 e que “foi embora para os Estados Unidos e deixou os bate- pau dele pra ficar fazendo motim na porta dos quarteis militares na perspectiva de não me deixar tomar posse”.

“Eu vou fazer no dia 1º [de janeiro de 2023]mas não teve coragem porque tinha muita gente. Aí esperei o momento que a gente não tava mais esperando e resolveu dar um golpe”, disparou.

Lula foi criticado nesta quinta (5) pela Human Rights Watch para as Américas por não suportar o discurso contra Maduro após a ordem de prisão contra González. “O ponto mínimo de entrada para qualquer negociação deveria ser a revogação dessa ordem”, disse Juanita Goebertus, diretora da organização.

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