Beber em festas de fim de ano? Especialista dá dicas para não exagerar

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As festas de fim de ano giram em torno de celebrações ao lado de amigos e familiares e, na maioria das vezes, um momento em que muitos de festejar com bebidas alcoólicas.

Nesta época, o consumo de bebidas alcoólicas, de uma forma geral, tende a aumentar por muitos usarem da ocasião especial como motivo para “encher a cara”.

Segundo Arthur Guerra, psiquiatra e presidente do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), consumir bebidas alcoólicas em um curto período de tempo pode trazer muitas consequências negativas, como intoxicação ou amnésia alcoólica além de envolvimentos em acidentes de trânsito, brigas, afogamento ou quedas.

“Também não adianta usar a justificativa de que não bebeu a semana toda para abusar no fim de semana. É mais prejudicial beber de forma exagerada em um dia, do que beber de forma moderada ao longo da semana”, pontua o especialista.

Vale ressaltar que no Brasil o consumo abusivo de álcool é definido pela ingestão de quatro ou mais doses para mulheres e de cinco ou mais doses para homens — uma dose equivalente a uma lata de cerveja (350 ml), uma taça de vinho (150 ml) ) ou um shot destilado (45 ml).

Pensando nisso, Arthur acentuou três dicas para aqueles que querem aproveitar as festas de final de ano, mas que não pretendem abusar do consumo de bebidas alcoólicas.

Confira as dicas:

  1. Intercale a ingestão de álcool com bebidas não alcoólicas: o álcool inibe o hormônios que regulam a quantidade de água eliminada. Desidratado, o organismo tem dificuldade de realizar suas funções normalmente.
  2. Não beba de estômago vazio: alimentar-se bem antes de beber é importante para proporcionar uma absorção mais lenta do álcool no organismo e, assim, minimizar os efeitos negativos do álcool no corpo.
  3. Beba devagar: a velocidade de consumo também impacta nos efeitos do álcool no organismo – quanto mais rápido a pessoa bebe, maiores os riscos.

Jovens são os que mais consomem de forma abusiva

Um levantamento realizado pelo CISA, a partir dos dados da pesquisa Vigitel do Ministério da Saúde, apontou que existe uma tendência de redução do número de pessoas que não bebem, porém, cerca de 18% da população geral consome de forma abusiva no país, percentualmente que se mantém relativamente estável desde 2010, de acordo com Arthur.

O especialista explica que os jovens são os que mais mantém uma prática de consumo abusivo e que o número vem aumentando — era 14% em 2010 e passou para 19% em 2021 — apesar de que, em 2021, esse número apresentou queda especificamente na faixa idade entre 18 e 24 anos.

Também houve um recente aumento de consumo abusivo entre pessoas mais velhas, de 55 anos ou mais: 7,7% das pessoas desta faixa etária relatavam fazer consumo abusivo em 2010, e esse número aumentou para 9,8% em 2021. Além disso, o consumo abusivo entre mulheres aumentou. “Análise do CISA mostrou uma tendência de aumento entre 2010 e 2020, com variação média anual de 4,2%. Mulheres de todas as faixas etárias relatam aumento de consumo abusivo”, salienta Arthur.

“O aumento de consumo por mulheres e por pessoas mais velhas é preocupante, pois ambas as pessoas estão sob maior risco de consequências negativas do consumo de álcool”, complementa também.

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