Auxílio Brasil: crédito consignado decepciona varejo
Auxílio Brasil: crédito consignado decepciona varejo

De acordo com Marina Garrido, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), o impacto do crédito consignado do Auxílio Brasil para as vendas no varejo no mês de outubro acabou frustrando as expectativas.

A parcela de vendas no varejo teve alta de 0,4% de setembro para outubro, na série com ajuste sazonal, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. feira (8).

O mês de outubro foi o terceiro seguido de expansão. Na comparação com outubro do ano passado, o varejo restrito avançou 2,7%.

Já no varejo ampliado, que inclui vendas de veículos e motos, peças e peças e material de construção, o volume de vendas subiu 0,5% na passagem entre setembro e outubro, já descontados os efeitos sazonais.

Quando comparado com outubro do ano passado, o volume de vendas do ampliado subiu 0,3%.

Os dados vieram um pouco abaixo das projeções do FGV Ibre. O instituto espera expansão de 3,1% na variação anual do varejo restrito e de 1% para o ampliado.

“A projeção que mais nos frustrou foi hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que teve um crescimento quase na estabilidade”, afirma Marina.

Segundo ela, imaginava-se que, com o crédito consignado liberado para os beneficiários do Auxílio Brasil em 11 de outubro, o crescimento do consumo de itens básicos seria maior.

Os economistas argumentam, contudo, que pode ter havido um atraso na entrega desses recursos por parte dos beneficiários e que o efeito do consignado sobre o consumo pode ser mais visível nos dados de novembro.

Do lado positivo, Marina afirma que a venda de móveis e eletrodomésticos é impulsionada pela antecipação da Black Friday.

Nos próximos meses, a previsão é que o varejo restrito “ande de lado”, afirma.

“Um pouco ajudou por impulsos fiscais desse ano, mas atrapalhado por materiais de construção e veículos”, diz.

Enquanto a construção vem perdendo ímpeto depois de forte crescimento em 2020, a venda de automóveis continua enfrentando problemas de produção por falta de insumos como chips, argumenta.

Contribui para esse cenário a política de covid zero da China, que tem atrapalhado a produção de componentes nas fábricas, acrescenta.

O FGV Ibre prevê queda de 0,9% nas vendas do varejo restrito em novembro, ante outubro. E alta de 0,7% na comparação com novembro de 2021.

No varejo ampliado, a projeção é de alta de 0,4% ante outubro. Na comparação com o mês de novembro de 2021, o crescimento é de 0,2%.

Com informações do Valor Econômico

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