Analistas veem boas perspectivas para ações da Petrobras (PETR4) com venda de subsidiárias
Analistas veem boas perspectivas para ações da Petrobras (PETR4) com venda de subsidiárias

A permissão de venda das subsidiárias da Petrobras, código PETR4, decidida nesta quinta-feira, 01, pelo Supremo Tribunal Federal, STF, abre espaço para a estatal reduzir seu endividamento e avançar em seu projeto de aumentar a eficiência e a lucratividade para o investidor nos próximos anos, dizem analistas, que ficaram animados com a decisão. O mercado acredita que a venda dos ativos pode ajudar na geração de caixa da empresa.

A decisão do STF saiu depois do fechamento do mercado oficial, mas já nos negócios pós-mercado, as ações subiam em relação ao preço de fechamento. Porém, as ações da Petrobras caíram nesta sexta-feira, 02, contrariando as previsões otimistas de ontem à noite.

A queda do petróleo no exterior e a preocupação com a notícia de que o presidente americano Donald Trump está com Covid-19 derrubaram os preços das ações da estatal. A ação preferencial, sem direito a voto, código PETR4, caiu 4,13% e fechou cotada a R$19,02. A ordinária, com voto, código PETR3, perdeu 3,86%, fechando em R$19,18.

Na semana, por conta da votação no Supremo e da queda do petróleo, os papéis acumularam perda de 5,51% e de 7,25%, respectivamente. No ano, a perda é ainda maior, 36,98% o preferencial e 39,46% o ordinário. 

Analistas otimistas com venda dos ativos

Analistas consideraram os impactos da venda dos ativos sobre as contas da Petrobras de duas formas: no fluxo de caixa, ao proporcionar mais recursos e reduzir os gastos com endividamento, e na estratégia da companhia, ao reduzir seu foco para atividades mais lucrativas e onde ela é mais competitiva.

A meta de desalavancagem de dívida bruta em 2022, equivalente a US$ 60 bilhões, deve ser atingida com a possível venda das refinarias, conforme relatório do BB Investimentos. O documento considera “a geração de caixa livre recorrente de cerca de US$ 10 bilhões por ano e a venda das refinarias em uma faixa de US$ 9 bilhões a US$ 15 bilhões”. Sair desses setores e concentrar os investimentos e o foco da empresa em ativos estratégicos, no caso a exploração do pré-sal, é positivo para a estatal, também defende Guide Empresas.

Venda de oito refinarias da Petrobras

O Senado Federal e a Câmara dos Deputados pediram ao STF a suspensão das negociações das subsidiárias até passar pelo crivo do Congresso Nacional. O argumento da reclamação é que, de acordo com as Leis das Estatais, a Petrobras não poderia vender os ativos de seu controle direto, apenas de subsidiárias, interpretando as refinarias como parte criada da empresa principal.

Os parlamentares citaram no pedido as refinarias Presidente Getúlio Vargas, Repar, no Paraná e Refinaria Landulpho Alves, Rlam, na Bahia, que já estão sendo disputadas. O Supremo recebeu a reclamação em julho.

Nesta quinta-feira, 01, o STF votou com seis votos a favor da privatização das refinarias e quatro contra. Desta forma, os ministros declararam que não há alienação de controle de ações da Petrobras, liberando, assim, as vendas das refinarias sem precisar da aprovação dos parlamentares.

A venda das refinarias terá impacto importante também no setor, ao abri-lo para a concorrência de empresas privadas. Grandes grupos nacionais e estrangeiros estão na disputa pelos ativos e podem aumentar a eficiência do segmento. A Ultra, dona dos postos Ipiranga, a Raizen, dona da rede Shell e parceria da empresa Anglo-Holandesa com a brasileira Cosan, e a chinesa Sinopec estão interessadas na Repar. 

Texto: Letícia Matsuura

Edição: Angelo Pavini

Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.